O papel que reinou nas casas nos anos 1970 volta à moda com variedade de estampas e materiais
Variedade de estampas e materiais de qualidade são os principais atrativos para o renascimento, no Brasil, de um tradicional recurso decorativo, o papel de parede. Estimativas do mercado mostram que são vendidos no País cerca de três milhões de rolos por ano – bastante, mas ainda pouco se comparado a nações que consagraram a opção, como a França, que consome 60 milhões de rolos por ano. A reboque, vêm outros materiais que cumprem a mesma função do papel de parede. “Hoje, nem usamos essa palavra. Preferimos revestimento”, diz Jacob Orlean, sócio da empresa de decoração que leva seu sobrenome. “Utilizamos vinil, fibras naturais, retalhos de madeira. Mas o mais procurado ainda é o papel”, diz o arquiteto Thoni Litsz.
O empresário Paride Vallarelli optou por um papel marcante no hall de entrada.
A empresária carioca Simone Braga aderiu à tendência na última reforma de seu apartamento. Ela revestiu o quarto do filho de 6 anos com uma estampa de mapas. A sala foi decorada com um revestimento listrado e outro que é uma espécie de holograma. “Dispensei os quadros, uma vez que as paredes já estão enfeitadas”, diz. Italiano residente no Rio de Janeiro, o empresário Paride Vallarelli investiu pela primeira vez no papel de parede em 2007, quando revestiu o lavabo do apartamento. No fim do ano passado, resolveu trocar o bege por um preto com estampas cinza-chumbo, e ainda instalou outro no hall de entrada, prateado, com motivos de folhagens e flores. “Da primeira vez, eu e minha mulher optamos por uma cor discreta. Agora, escolhemos algo mais marcante, que exaltasse o papel”, conta ele. No lavabo da economista Isadora Skornicki, moradora do Rio, o creme e vermelho com textura de veludo é elogiado. “A ideia também era surpreender os convidados”, diz
No lavabo da economista Isadora Skornicki, a textura de veludo do revestimento é elogiada. A durabilidade de até duas décadas, que por razões óbvias pode ser um ponto a favor, também pesa contra. Afinal, olhar durante 20 anos para a mesma estampa pode não ser agradável. “O cuidado na escolha deve ser o mesmo que se tem na hora de comprar tecidos para sofás e colchas, para não ficar cansativo”, diz a arquiteta Ana Lila Denton. Outra ressalva: cozinhas, banheiros pouco ventilados. Por fim, a maior desvantagem: os preços, apesar da queda nos últimos anos, ainda são altos – um rolo mais barato pode ser encontrado por R$ 200, mas os valores podem chegar a R$ 2 mil. “Os altos impostos e a quase inexistência de uma indústria nacional desse produto dificultam. Mas, em comparação com a pintura, se você somar tinta, mão de obra e os transtornos, vai ver que vale a pena”, pondera o arquiteto carioca Ronald Goulart.
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